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REALISMO
REALISMO

 

 

 

Realismo

Para o conhecimento do estudo das condições e dos efeitos da criação artística realista se faz necessário conhecer os caracteres que envolvem essa escola literária. A seguir transcrevemos uma abordagem do crítico literário Afrânio Coutinho sobre a concepção realista.

 

 A palavra realista deriva de real, oriunda do adjetivo do baixo latim realis, reale, por sua vez derivado de res, coisa ou fato. [...] Em literatura, Realismo opõe-se habitualmente a idealismo (e a Romantismo), em virtude de sua opção pela realidade tal como é e não como deve ser.

 

[...] O termo designa as obras literárias modeladas em estreita imitação da vida real e que retiram seus assuntos do mundo real, encarado de maneira objetiva, fotográfica, documental, sem participação do subjetivismo do artista. A palavra entrou na literatura pela mão de Champfleury quando editou em 1857 um volume de ensaios que vinha publicando desde 1843, e nos quais expunha a doutrina realista. Pela mesma época, circulava uma revista de arte do crítico Duranty, chamada Le Realisme. Mas foi a publicação de Madame Bovary (1857) de Flaubert que assegurou o triunfo do Realismo em França, mais tarde confirmado, em pintura, pelo uso que fez Coubert do termo no prefácio ao catalogo de sua exposição (1885).

 

[...] Em todo caso, só no século XIX é que, em rebeldia contra o idealismo romântico, relacionado com a classe alta, o Realismo logrou impor a pintura verdadeira da vida dos humildes e obscuros, os homens e mulheres comuns que estão habitualmente em torno de nos, vivendo uma vida compósita, feita de muitos opostos, bem e mal, beleza e feiúra, rudeza  e requinte, sem receio do trivial e do monótono.

 

Caracteres do Realismo

 

É impossível uma definição completa do Realismo, que é antes de um temperamento, uma tendência, um estado de espírito, do que um tipo ou gênero literário acabado. Ele existe sempre que o homem prefere deliberadamente encarar os fatos, deixar que a verdade dite a forma, e subordinar os sonhos ao real. Todavia, pode-se descrever as sua qualidades dominantes, as suas características principais [...].

 

1)      _ O Realismo procura apresentar a verdade. Esse tratamento verdadeiro do material, essa verossimilhança no arranjo dos fatos selecionados, unificados, apontando numa direção, é essencial, e se traduz também no uso de emoção, que deve fugir ao sentimentalismo ou artificialidade. Essa qualidade ainda aparece no modo de apresentar as partes: o realismo não se submete a uma visão demasiada ordenada da vida, o que lhe parece artificial, pois a vida tem um ritmo irregular.

 

2)      _ O Realismo procura essa verdade por meio do retrato fiel de personagens, e os motivos humanos dominam a ação, emoções, o Realismo retrata e interpreta. Daí a relação com a psicologia, o Realismo tendo tido a sorte de coincidir com o desenvolvimento da ciência da alma humana. Por isso, realizou-se em duas direções: para o corpo e ávida exterior, e para o espírito e a vida interior.

 

3)      _ O Realismo encara a vida objetivamente. Não há intromissão do autor, que deixa as personagens e os circunstantes atuarem uns sobre os outros, na busca da solução. O autor não confunde seus sentimentos e pontos de vista com as emoções e motivo das personagens.

 

4)      _ O Realismo fornece uma interpretação da vida. Retratando objetivamente a vida, o Realismo, todavia, dá-lhe sentido, interpreta-a. a acumulação de fatos, pelo método de documentação, não é tudo na atitude realista: a seleção e a síntese operam buscando um sentido para o encadeamento dos fatos. Daí a preferência pela narração em vez da descrição.

 

5)      _ O Realismo retrata a vida contemporânea. Sua preocupação é com os homens e mulheres, emoções e temperamentos, sucessos e fracassos da vida do momento. Esse senso do contemporâneo é essencial ao temperamento realista, do mesmo modo que o romântico se volta para o passado ou para o futuro. Ele encara o presente, nas minas, nos cortiços, nas cidades, nas fabricas, na política, nos negócios, nas relações conjugais, etc. qualquer motivo de conflito do homem com seu ambiente ou circunstantes é assunto para o realista.

 

6)      _ O Realismo retira a maior soma de efeitos do uso de detalhes específicos. Ate agora, vimos as qualidades realistas quanto aos assuntos e conteúdo. O Realismo tem também uma técnica e um método específico. Assim é que a precisão e a fidelidade na observação e na pintura são essenciais características realistas. Usam-se detalhes aparentemente insignificantes na pintura de personagens e ambientes. E esses detalhes devem ser reunidos e harmonizados, para dar a impressão da própria realidade. Recolhidos os fatos, há que dar-lhes certo arranjo de acordo com um propósito artístico, a fim de criar uma unidade especial.

 

7)      _ A narrativa realista move-se lentamente. Pela própria natureza técnica, que é minuciosa, e pelo maior interesse na caracterização do que na ação, o realista dá a impressão de lentidão, de vaivens, de marcha quieta e gradativa pelos meandros dos conflitos, dos êxitos e fracassos.

 

8)      _ O Realismo apóia-se, sobretudo nas impressões sensíveis, escolhe a linguagem mais próxima da realidade, da simplicidade, da naturalidade.

 

 

 

 

REALISMO

 

Entre 1850 e 1900 surge nas artes europeias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade. O termo Realismo, de uma maneira geral, é utilizado na História da Arte para designar representações objetivas, sendo utilizado como sinônimo de naturalismo.

Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de fugir à realidade, os realistas procuram apontar falhas como forma de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o Realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert.

O Realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance – social, psicológico e de tese – é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.

Na passagem do romantismo para o Realismo misturam-se aspectos das duas tendências.

 

O Realismo surge em meio ao fracasso da Revolução Francesa e de seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A sociedade se dividia entre a classe operária e a burguesia. Logo mais tarde, em 1848, os comunistas Marx e Engels publicam o Manifesto que faz apologias à classe operária. Uma realidade oposta ao que a sociedade tinha vivido até aquele momento surgia com o progresso tecnológico: o avanço da energia elétrica, as novas máquinas que facilitavam a vida, como o carro, por exemplo. Entre as correntes filosóficas, destacam-se: o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo e o Marxismo.

 

 

O REALISMO NO BRASIL

 

   Teve seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis. Esta escola só entra em declínio com o surgimento do Parnasianismo, por volta de 1890. Com a introdução do estilo realista, assim como do naturalista, o romance, no Brasil, ganhou um novo alcance, a observação. Começou-se a escrever buscando a verdade, e não mais para ocupar os ócios dos leitores.

Machado de Assis, considerado o maior expoente da literatura brasileira e do Realismo no Brasil, desenvolve em sua ficção uma análise psicológica e universal e sela, portanto, a independência literária do país. Podemos apontar algumas características da literatura realista em oposição à romântica: os cenários (focados em centros urbanos); a natureza não mais vista como reflexo dos sentimentos, mas dando vazão ao ambiente social; o amor visto de maneira irônica, sem exaltações, o casamento realizado para fins de ascensão social; o trabalho como parte da vida cotidiana das personagens.
              O Realismo no Brasil pode ser dividido entre as produções em prosa e poesia, nas quais se destacam os autores: Aluísio Azevedo, Raul Pompéia e Machado de Assis.