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PRÉ-MODERNISMO
PRÉ-MODERNISMO

Pré-Modernismo

O Pré-Modernismo abrange o período literário compreendido ente a publicação do romance Canaã de Graça Aranha e de Os Sertões de Euclides da Cunha. Em 1902 e a realização da Semana de Arte Moderna.

O Pré-Modernismo pode ser entendido como uma fase de transição em que coexistiram traços conservadores com traços renovadores. De um lado sobreviveu a literatura que obedecia aos padrões Parnasianos e Simbolistas – distante da realidade histórica; de outro, surgiu uma literatura voltada para a realidade brasileira e seus aspectos políticos, econômicos e sociais, como bem atestam as obras de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.

Contexto Político-Social

Os primeiros anos do século corresponderam à Belle époque brasileira – mundinho cor-de-rosa, consumista de artigos importados e da última moda em Paris.   

Após a Primeira Guerra Mundial acentuou-se o desenvolvimento industrial e surgiu em cena o novo empresariado capitalista.

Com a imigração intensiva e o aumento da classe operária, os socialistas e anarquistas passaram a ter atuação de destaque. Movimentos populares, greves e revoltas tomaram lugar. Surgiu um nacionalismo crítico, voltado para as carências sociais, políticas e costurais no país.    

Características  

Denúncia da realidade brasileira: nega-se o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil não-oficial – do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios – é o grande tema do Pré-Modernismo. 

Regionalismo: monta-se um vasto painel brasileiro – Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; Espírito Santo com Graça Aranha; os subúrbios carioca com Lima Barreto.  

Tipos humanos marginalizados: o sertanejo, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos.   

Ligação com fatos políticos, econômicos, sociais e contemporâneo: diminuiu a distância entre a realidade e a ficção.   

Ruptura com o passado, com o academicismo: há certo caráter inovador em determinadas obras; a linguagem de Augusto dos Anjos, por exemplo, ponteada de palavras não poéticas (como cuspe, vômito, escarro, vermes), era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor.   

Representantes   

Euclides da cunha   

A literatura de Euclides da Cunha reflete uma visão de mundo profundamente determinista, cientificista. Esse traço característico da estética realista/naturalista é percebido na forma como o autor concebe a criação literária: uma tese a ser defendida a partir da relação causa e efeito, buscando uma explicação lógica e científica para tudo.   Em Os Sertões, Euclides da Cunhas denuncia a miséria sertaneja e aponta o fanatismo religioso como consequência da situação de abandono em que se encontrava o Nordeste do Brasil. Testemunha, com indignação, o massacre promovido pelo exército e, para por fim, a iniciativa de Antônio Conselheiro e seu grupo. Deparando-se com a situação real em pleno sertão baiano, Euclides compreendeu a extensão daquele drama. Constatou que Canudos não era um foco monarquista, mas uma coletividade em luta contra um esquema de exploração que já durava séculos. E observou que fora da faixa litorânea havia uma população totalmente à margem dos benefícios do propagado progresso. Os Sertões reflete essa consciência, na linguagem e na estrutura.   

O livro é dividido em três partes: A terra, O homem e A Luta, com intuito de trazer ao leitor uma visão completa do que se passava em Canudos.   

Lima Barreto    

Lima Barreto foi o mais radical dos renovadores. Cronista, ensaísta, contista e romancista. Lima Barreto deixou uma obra contundente – principalmente em ficção – em que mostra o Rio de Janeiro urbano e suburbano, ora focalizado com sarcasmo, ora com melancolia. Classe média, meio político, imprensa, funcionários públicos – tudo está presente em sua obra, principalmente o povo brasileiro.   

Lima Barreto não foi realista, nem naturalista e muito menos simbolista. Fez, na verdade uma literatura brasileira autêntica reflexo de seu tempo e de seu país, preocupada com o homem e a sociedade. Por isso, seu estilo e seus temas traziam as sementes do Modernismo, que se iniciou no ano em que ele morreu.   

Suas obras mais completas são: Recordações do Escrivão Isaías Caminha, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, Clara dos Anjos, Numa e a Ninfa, Vida e Morte de M.J Gonzaga, Os Bruzundanga. Em Cemitério dos Vivos, romance que deixou inacabado, incluiu reflexões e observações feitas durante os períodos em que esteve internado.   

Monteiro Lobato   

Os tipos humanos, o estilo inteiramente novo, os originais flagrantes de cenas, a força da linguagem fizeram de Monteiro Lobato um dos mais extraordinários escritores da Literatura Brasileira, principalmente no filão da literatura infantil: sem exagero, o maior criador nacional.   Alguns de seus personagens dos livros infantis tornaram-se verdadeiras porta-vozes do pensamento lobatiano: Emília, por exemplo, a boneca curiosa e petulante, provocadora de discussões e polêmicas.   

No campo da literatura geral, Monteiro Lobato foi mestre, ao compor quadros de representante real.   

Ao mostrar o caboclo como um continente de doenças aniquilado pela eterna endemia, o escritor apresenta uma caricatura – por meio do exagero, querendo chamar  a atenção para uma realidade. Um “grito contra o falso caboclo de chapéu - de - palha rebatida à testa e camisa aberta ao peito”.   

Graça Aranha    

A obra de Graça Aranha pode ser analisada de duas formas: como propagador das ideias modernistas, cuja linguagem já reflete traços distintos da prosa oratória até então praticada, e como romancista, preocupado em retratar de forma romântico-naturalista a realidade que observa.   

O conjunto da obra de Graça Aranha, Canaã se destaca como o livro de maior interesse. Grande sucesso editorial do século XX, esse romance de estreia alcançou cinco edições entre 1902 e 1913 e mais duas até 1922.   

Considerado um livro revolucionário pelo tema que enfoca – a fuga de um imigrante, desgostoso com a civilização europeia, para o interior do Brasil -, Canaã, tornou-se leitura obrigatória da jovem intelectualidade.   

Augusto dos Anjos    

Augusto dos Anjos pode ser considerado um poeta de transição entre o Simbolismo decadente e a modernidade, sempre identificado com o sofrimento da população marginalizada pelo progresso capitalista, do campo e da cidade. Embora utilizasse conceito de origem científica, traduziu verdadeiras essências misteriosas, despertando no leitor um fascínio por aquilo que não conhecia.   

 Augusto dos Anjos foi autor de um único livro “Eu”. Mais tarde, acrescentaram-lhe algumas poesias inéditas e o livro recebeu o nome “Eu e Outras Poesias”. Ainda hoje é uma das obras poéticas mais vendidas da Literatura Brasileira.  Augusto dos Anjos é um poeta difícil de ser enquadrado em uma estética literária.

Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável  / Enterro de tua última quimera. / Somente a Ingratidão - esta pantera –  / Foi tua companheira inseparável?Acostuma-te à lama que te espera!  / O Homem, que, nesta terra miserável,  / Mora, entre feras, sente inevitável  / Necessidade de também ser fera. / Toma um fósforo. Acende teu cigarro!  /O beijo, amigo, é a véspera do escarro,  /A mão que afaga é a mesma que apedreja. / Se a alguém causa inda pena a tua chaga,  / Apedreja essa mão vil que te afaga,  / Escarra nessa boca que te beija!